Eu te trago como esse cigarro entre os meus dedos. Carrego você na minha bolsa. Quando sinto vontade, te acendo. Coloco minha boca nos seus lábios e sinto um pouco da minha vida se esvair a cada suspiro. Você está ali quando eu quero. Mas eu não te quero mais. Você não é necessário, você me deixa nervosa, você sacia meus desejos. E só. Não é como se estivesse apaixonada por você. Mas só me agrada o seu gosto: vezes mentolado de chiclete, vezes amargo de café. Você combina com mesas de bar, pausa para café e sexo. Parece vulgar, mas é quando te procuro. Ou quando sinto a sua falta por não ser você em nenhum destes momentos.
Não sei quando esse vício começou. Um dia você estava lá e eu quis experimentar. Nossa primeira vez não foi uma boa experiência. Algo me incomodava, minha pressão caiu e atacou minha asma. Tentamos outras vezes, e melhoramos. Você começou a diminuir minhas ansiedades, seu cheiro ficava pela minha pele. Ninguém entendeu como nos envolvemos. Eu parecia querer distância e agora, quando tento me afastar, volto com ainda mais vontade. Tentando compensar a falta que fez durante os dias longe.
Quando não te procuro, compro um maço. Enfraqueço e checo meu celular. Nada seu. Desiludida, acendo um cigarro. Passam as horas , a vontade de ser sua outra vez me consome. Pausa pro café e agora era você que eu queria encostando meus lábios ao invés desse copo plástico. Chego em casa, deito na cama. Nenhuma notícia sua. Você desapareceu como fumaça. Acendo outro cigarro, tentando acalmar meu corpo, relaxar meu peito.
Talvez eu não te ame. Talvez eu ame os efeitos destrutivos que você causa em mim.
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