Talvez eu seja mesmo sincera demais, talvez eu até queira me impor de forma mais agressiva. Fui silenciada várias vezes de várias formas tantas vezes antes da sua aparição. Talvez você tivesse gostado da menina de 16 anos que faria tudo pra te agradar. A mulher de 23 que hoje sou, faz o que quer. E te agradar não é a minha prioridade no momento. Fazer elogios, dar carinhos e bater um papo descontraído é porque gosto de você. Mas se o que eu sou não te faz gostar bem desse jeitinho de mim, não vou me mudar pra ter você por um tempo a mais. Em alguma hora minha essência forte e destemida ia explodir no meio da sua cara, e teria a força de um furacão. Vamos fazer um bem pela humanidade e evitar uma catástrofe.
Eu quis muito saber onde poderíamos parar. Eu imaginei histórias, sonhei mais alto que poderia voar. Eu me entreguei de verdade a esse sentimento que apenas havia plantado uma semente. Poderia crescer forte no meu peito, mas eu preferi arrancar pela raiz. Não que você não seja bom, você é ótimo. Mas não pra mim. Não agora, não hoje, não nesse meu momento. Não até você perceber que não há como mudar o que sou. Não enquanto você insiste que sabe tanto de mim. Não, você não sabe. Não, você não me conhece o suficiente. Não, eu não quero suas conclusões precipitadas de pessoa racional demais. Você conheceu o que eu te permiti conhecer, mas não derrubou nenhum dos meus muros. Eu sou uma pedreira e você não possuía munição o suficiente pra me demolir. Na verdade, quando tentou me atacar com as palavras, derrubei alguns pedregulhos pra te mostrar minha força real. E você se afastou, como sempre aconteceu.
Eu já me acostumei com esses finais, e agora é a hora que eu tento recomeçar outra vez. Eu errei algumas vezes quando pensei que segurando alguém, faria esse alguém ficar. Eles só ficam quando querem, e eu não tenho paciência pra esses dramas românticos de relacionamentos do século XXI. Eu quero, você quer? Então é isso que vamos ter. Eu não vou esperar uma decisão que nunca vem, eu não vou esperar seu telefonema que nunca acontece, seu "bom dia" que nunca chega. Não há espera quando não há motivos. Eu até emiti algum tipo de som, mas seu silêncio rasgou todas as folhas com palavras doces que escrevi sobre nós dois.
Foi bom enquanto durou. Talvez ainda haja esperanças da sua volta, da sua permanência, de você me querer por tudo o que eu sou e não pelo que a sua imaginação criou. Se aí sim, quando você aceitar que sou fortaleza e não aquele ser raso que pensava, poderemos recomeçar. Mas por enquanto você pode ir levando sua mala e me deixando ser o que eu sempre fui: EU.
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