Eu te dei todos os motivos pra você ficar. Falei que haveriam dias nublados, mas tinha a certeza que teu sol iluminaria nossa caminhada. Te mostrei a menina inocente e pura que acredita em amor e você conheceu a mulher que te daria todo o prazer. Conheci seus gostos, invadi seu mundo, me encaixei nas suas musicas favoritas, pra ver se assim eu conseguia pegar um lugar do seu lado que sempre pareceu tão disputado. Listei minhas qualidades, escondi minhas loucuras e torci pra que o destino conspirasse. Nada adiantou.
Fui sincera, abri o jogo, te contei meus sonhos. Fiz um futuro pra nós dois sem o seu consentimento. Criei diálogos a cada silêncio seu e romantizei seu sumiço. Acreditei firmemente que quando duas pessoas estão destinadas a ficar juntas, o universo dava seu jeito. E então achei que o problema não era nós, era eu. E joguei toda a culpa sobre mim, mesmo tendo cometido apenas o crime de me apaixonar por você. Mas aceitei a sentença e não percebia que era o meu sentimento que estava indo para o corredor da morte.
Eu não consegui te dar razões para permanecer e talvez, com minhas atitudes impensadas na tentativa de te manter por perto, só tenha te afastado mais. E aos poucos fui te deixando ir. Achei que você ia sentir minha falta, que a sua decisão surgiria durante minha ausência e seria a favor de nós. Mas finalmente percebi que não haverá um nós, algum futuro, um encontro místico de duas almas que poderiam ser mais do nunca foram. Então, meu bem, não se preocupe, não se culpe ou pense no meu sofrimento. Dê seu último tiro de misericórdia e vá em paz. Se o seu medo era ir, perca seu medo ao menos uma vez e vá. Não há como ferir um vidro quando ele já está em cacos. Ficarão as boas lembranças e nenhuma dor. Voltaremos a ser o que antes éramos e não nos permitiremos pensar no que não chegamos a ser.
Adeus, meu futuro. Olá, querido do passado.
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