Eu nunca me apaixonei rápido, o que pode ser bem contraditório a minha facilidade em escrever sobre romances. Mas nunca aconteceu. Ou melhor, nunca tinha acontecido. Eu sou alguém que acredita em romances, em amor verdadeiro, mas que sempre teve dificuldade de expressar ou de sentir essas coisas por outras pessoas. Quando você foi muito magoado, dificilmente quer passar por todos aqueles momentos chatos de início de paixão. Então fica com alguém, tenta fugir quando percebe que pode ter sentimentos surgindo e acaba ficando por costume. Uma hora o amor vem e pronto, relacionamento.
Por isso foi sempre tão fácil partir pra outra. Ir em festas, conhecer novas pessoas quando esses relacionamentos acabavam. E quando eu era magoada, mostrar que estava bem pra caramba, saindo muito, era a minha autodefesa. Somos imaturos pra caramba. Quando alguém nos magoa, queremos atacar essa pessoa ao invés de sentar e refletir sobre e deixar pra lá. Machucou, doeu, a chuva vai chegar e vai levar isso embora também.
Só que dessa vez tudo sucedeu de uma forma inexplicável. Eu tava por ali, querendo me divertir, e não teve escapatória: O cupido me acertou de vez. Durante um beijo. Isso é muito loucura pro meu coração que andava acostumado com racionalidades. E coloquei todas as minhas expectativas porque parecia que alguém tinha lido todos os meus desejos mais profundos e colocados em forma física (e que forma!). Não era possível um encaixe tão certo, um beijo que foi feito sobre medida, o sorriso e o olhar, os desejos pro futuro, sonhos pra vida. Tudo ali batia certinho. E lá fui eu deixando meu coração pegar um caminho que ele não conhecia direito.
Óbvio que se perdeu.
Então, meu bem, te devo um pedido público de desculpas. Por ter jogado em cima de você uma neurótica que caiu no poço da paixão que ela nunca havia frequentado antes. Possuo sim uma armadura que deixei encostada desde aquele toque porque, por algum motivo que talvez só Eros saiba, achei que poderíamos ser algo mais. E assustei você. Me assustei também. Quis você, quis seu sobrenome, quis casamento na praia, viajar pro Peru, mesmo eu preferindo europa e festas no campo. Mas dizem que sentimentos fazem isso, você dá o seu melhor na esperança do pior passar despercebido. Mas não passou pra você. O que eu entendo, eu também não deixaria passar mas você não tem pior, é sempre maravilhoso.
Viu como paixão muda as coisas? Antes eu ia fazer qualquer coisa pra afetar, agora só fico esperando a sua volta, a sua decisão. Não me interessa mostrar que estou bem quando você sabe que não estou. Mas não me interessa fazer a sofrida porque mantenho sua lembrança e como isso me faz bem!
Então me desculpa por eu ser tão ansiosa, nervosa e falar pelos cotovelos. Desculpa não te dar esse tempo que você diz estar precisando. Desculpa não ter ido com calma e ter te desejado até os 60 anos. Desculpa ter te colocado no meu futuro quando ainda estávamos escrevendo o nosso presente. Desculpa ter me aconchegado no teu peito e ser doloroso demais ficar longe. Desculpa ter tirado fotos, e ter sido estupida por postar online. Talvez tenha sido uma forma de provar que você era real e não só uma fantasia criada pela minha mente criativa. Desculpa não conseguir falar o que me incomoda por achar que eu estou te incomodando e acabar desabafando virtualmente. Desculpa ter sido tão intensa, desculpa te querer tão apaixonadamente, desculpa te mostrar um sentimento que eu nunca havia conhecido.
Eu queria você, e por querer demais, perdi.
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