quarta-feira, 22 de abril de 2015

Infinitos

Parecia ser um dia como todos os outros dias que aconteceram depois da sua partida: Tristes, vazios e cinzas. Já faz algum tempo que o Sol se pôs e nunca mais voltou a aparecer. Mas ninguém parece perceber, alguém disse que só eu não o tenho visto e que em algum momento ele voltaria a brilhar. Já passou um mês desde o sumiço do centro do meu universo. Algum cientista mais experiente nas artes do amor consegue explicar porque ele está fora da minha órbita? Mas não há explicação.
Nando falava sobre o surgimento de um segundo, que realinharia tudo e eu vou começar a acreditar nisso. Talvez você não tenha percebido, meu bem, mas não importa se não há claridade, esperança ou certeza, eu não consigo parar de acreditar na força maior do universo, o amor. E vou continuar acreditando e me arrependendo, e quebrando a cara, dizendo que estou desacreditada e que morrerei solitária e cercada por gatos. Mas no fundo, ainda possuirei a certeza de um sentimento que consegue esmagar todos os meus órgãos e transforma as batidas do coração em um ritmo frenético, assim como arrepia todos os pelos do corpo com apenas um toque. Eu acredito nesse sentimento puro e belo e em todas as coisas lindas que envolvem essa palavra profanada.
Vou continuar na espera de declarações apaixonadas e inesperadas, em lágrimas de alegria, emoções em todas as primeiras vezes, em guardar datas, abraçar quando o mundo está desabando, dividir o guarda-chuva. Dividir o último pedaço de bolo. Dividir a tristeza e pedir colo. Dividir a cerveja gelada no fim do domingo como uma forma de evitar o começo da semana. Dividir os sonhos e fazer novos, juntos. Dividir o chuveiro, após uma invasão pois a vontade era absurda só por olhar teu corpo.
Pra mim, esse amor que ainda não chegou, não trata de unificar duas almas, mas aprender exatamente a doar-se para aquele que agora ocupa o meu lado no ônibus, no carro, na cama, na chuva ou na casinha de sapê. E o aguardo, mantendo a certeza de que existe sim. E que vai chegar invadindo todos os espaços que você deixou vazio. E não vou desistir porque meus exemplos de amor não são os melhores, não vou desistir porque acho que não levo jeito, não vou desistir por medo ou por ser alguém que não agrada algumas pessoas. Na verdade, darei motivos e lutarei para todos verem que quando há amor, não importa as diferenças, as brigas que poderíamos comprar, a presença desta pessoa é a certeza de felicidade no fim do dia. E que essa pessoa vai iluminar a minha estrada quando o mundo parecer mais sombrio do que realmente é.
Uma pena que o seu sol partiu e seguiu para outros universos. Uma pena que houve explosão e ninguém ouviu o barulho pelo espaço. Uma pena você ter jogado seus sentimentos pelo buraco negro. Poderíamos ter sido um infinito muito bonito.

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